Globo reconquista transmissão da Fórmula 1 no Brasil a partir de 2026

Quando Globo anunciou que retomará a Fórmula 1 no Brasil a partir de 2026, a notícia se espalhou como fogo em palha seca entre os fãs de automobilismo. A decisão foi oficializada em setembro de 2025, depois de uma disputa de quase um semestre com a Band, que detinha os direitos de transmissão desde 2021. Liberty Media, a controladora global da categoria, fechou um acordo que garante à Globo a exclusividade na TV aberta e nos canais de assinatura até 2028.

Contexto histórico da transmissão da F1 no Brasil

Para entender a importância desse retorno, vale lembrar que a Globo foi a casa da Fórmula 1 no país por quase quatro décadas, começando na década de 80. Foi sob a bandeira da emissora que brasileiras como Ayrton Senna, Rubens Barrichello e Felipe Massa brilharam nas telas da TV aberta, criando memórias que ainda são citadas nos corredores de pista. Em 2020, porém, a Globo optou por não renovar o contrato, alegando mudanças no modelo de negócios e foco maior no conteúdo digital.

A partir de 2021, a Band assumiu o carregamento da categoria. Durante cinco temporadas (2021‑2025), a emissora paulista transmitiu os 24 Grandes Prêmios, mas sempre com a sombra da nostalgia dos domingos da Globo, que ainda lembrava o aroma de pipoca e a emoção de ver o carro vermelho de Senna cruzar a linha.

A disputa de 2025 entre Globo e Band

Em 2025, a negociação para a temporada seguinte virou uma verdadeira novela. Segundo fontes próximas ao assunto, a Band chegou a confirmar que manteria a transmissão, após conversas com a Liberty Media. Em comunicado, a emissora paulista afirmou que "continuaria levando aos brasileiros todas as emoções da principal categoria do automobilismo mundial".

Mas, no meio do caminho, surgiram rumores de que a Globo estava montando uma equipe editorial dedicada exclusivamente à F1, pronta para entrar em cena assim que surgisse a brecha. A situação ficou ainda mais tensa quando a Band tentou rescindir o contrato de 2022, alegando divergências financeiras. O distrato acabou sendo cancelado, mantendo a transmissão da temporada 2025 nas mãos da Band.

O ponto de virada foi um encontro em São Paulo entre executivos da Liberty Media e representantes da Globo, onde foi acertado o valor e as modalidades de veiculação para os anos de 2026 a 2028. Fontes da própria Globo falaram que o acordo inclui produção de conteúdo exclusivo, entrevistas ao vivo nos estúdios da Rede e um pacote robusto para o Globoplay.

Detalhes do novo contrato 2026‑2028

• Direitos de transmissão na TV aberta: 15 Grandes Prêmios por temporada serão exibidos aos domingos, com início previsto para as 9h (horário de Brasília).
• TV paga e streaming: todos os 24 GPs serão veiculados nos canais SporTV e na plataforma Globoplay, permitindo cobertura completa, inclusive sessões de treinos e classificações.
• Equipe editorial: a Globo vai montar uma redação permanente, com repórteres especializados, apresentadores experientes e colaboração de comentaristas internacionais.
• Investimento publicitário: espera‑se um aumento de 25% nos investimentos de marcas de automóveis e tecnologia, impulsionado pela presença de estrelas como Lewis Hamilton, que se transferirá para a Ferrari em 2026.

A presença de Hamilton na Scuderia virou um dos principais argumentos de venda. "Ter um heptacampeão britânico na equipe italiana eleva o nível de expectativa a patamares nunca vistos aqui", comentou Marcos Silva, diretor de esportes da Globo. Para os fãs, isso significa ver nas manhãs de domingo não só a disputa entre Red Bull, Mercedes e Ferrari, mas também o duelo de personalidades que sempre fizeram a F1 ser mais que um esporte.

Reações das partes e expectativas para 2026

O presidente da Band, Júlio Sampieri, relembrou em entrevista que a emissora ainda tem “um legado de respeito ao público brasileiro” e que continuará investindo em esportes ao vivo, apesar da partida da F1. Já a diretoria da Globo fez questão de enfatizar que o acordo tem “visão de longo prazo”, com planos de integrar a cobertura ao jornalismo de dados e ao conteúdo interativo nas redes sociais.

Especialistas em mídia apontam que a volta da F1 à Globo pode reverter a queda de audiência que a categoria sofreu nos últimos anos. Um estudo da Nielsen Brasil mostrou que, em 2024, a F1 nas telas da Band teve média de 1,2 milhão de telespectadores por corrida, enquanto a média histórica da Globo nas décadas de 1990 ultrapassava 5 milhões.

Impactos para os fãs e para o mercado de mídia esportiva

Para o torcedor, a mudança traz a volta de um formato que lembra os domingos de família, com comerciais voltados ao público geral e a tradição de “pipas ao vento” nos intervalos. A cobertura ampliada nos canais de assinatura e no Globoplay também abre espaço para análises táticas mais profundas, algo que fãs hardcore costumam demandar.

Do ponto de vista econômico, analistas do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) preveem um aumento de 12% na arrecadação de publicidade esportiva na primavera de 2026, impulsionado pelos patrocinadores que querem associar suas marcas ao glamour da F1 e ao nome de Lewis Hamilton.

Além disso, a parceria pode estimular investimentos em infraestrutura de transmissão no país, como a instalação de uplinks de alta velocidade nos principais circuitos sul‑americanos, algo que a Liberty Media já sinalizou como prioridade.