Rafael Camara faz história e leva o título da Fórmula 3 com show na chuva
Quando o céu desabou sobre o circuito de Hungaroring, nem o asfalto molhado impediu Rafael Camara de colocar seu nome entre os grandes do automobilismo mundial. Aos 20 anos, o brasileiro dominou a corrida principal da Fórmula 3 2025 na Hungria e consagrou-se campeão de forma antecipada, com números de gente grande: 156 pontos, quatro vitórias e uma vantagem de impressionar qualquer rival – 48 pontos de diferença para o espanhol Mari Boya, segundo colocado.
É raro ver alguém conquistar tudo tão cedo e com tanta autoridade. Camara não só venceu a etapa com pole position e liderança de ponta a ponta, mas também exerceu um controle absoluto do carro mesmo nas condições mais traiçoeiras. Chuva forte, curvas escorregadias e a pressão de decidir um campeonato não abalaram a concentração do piloto pernambucano, que mostrou por que faz parte da seleta Ferrari Driver Academy.
O que faz a conquista ficar ainda mais marcante é o caminho que Rafael trilhou até aqui. Em 2022, ele já batia na trave no F4 Italiano, garantindo o vice-campeonato. No ano seguinte, superou a pressão e faturou a Fórmula Regional Europeia. Agora, escreve um novo capítulo ao levantar a taça da F3 no primeiro ano completo pela Trident, a equipe que celebra o tricampeonato consecutivo de equipes na categoria.
Trajetória espelhada em astros da Fórmula 1 e um futuro promissor
Quando olhamos para nomes como Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri, fica claro o que essa escada das categorias de base representa. Todos eles brilharam e venceram em sequência antes de garantir uma vaga na principal vitrine do automobilismo. Camara repete o roteiro: títulos consecutivos e muito talento, marcando presença firme no radar das grandes equipes.
O próprio piloto resumiu bem o peso da campanha: “Esse resultado é a recompensa por todas as dificuldades. Saí do Brasil ainda criança para correr atrás do meu sonho – e hoje vejo que valeu cada sacrifício.” Não é frase de efeito, é relato de quem enfrentou distância, adaptação e a pressão de competir entre os melhores da Europa para chegar ao topo.
Ainda falta a rodada final em Monza, mas o título de Rafael já está assegurado. O foco agora passa a ser garantir o troféu por equipes para a Trident e talvez ampliar ainda mais as marcas da temporada. Quem viu o brasileiro acelerar debaixo de chuva na Hungria já percebe: esse nome ainda vai dar muito o que falar nas principais pistas do mundo.
