Se você acha que literatura é coisa chata ou só para quem tem muito tempo livre, está na hora de mudar de ideia. A literatura brasileira tem histórias que falam direto ao coração, usam a gente como personagem e ainda ajudam a entender o Brasil de um jeito que a notícia não conta.
Todo mundo já ouviu falar de Dom Casmurro e Grande Sertão: Veredas. São livros que, mesmo escritos há décadas, ainda aprendem a gente sobre ciúmes, amizade e a paisagem do interior. Ler Machado de Assis, Guimarães Rosa ou Jorge Amado não é só exercício de cultura: é um bate‑papo com quem já viveu o país e percebeu suas contradições.
Nos últimos anos, a cena mudou muito. Autores como Paulo Lins, que escreveu Cidade de Deus, e Natália Borges Andrade, com sua poesia urbana, trazem vozes novas. A literatura negra, indígena e periférica ganhou espaço, mostrando experiências que antes ficavam nas margens. Se quiser algo leve, dá uma olhada em O Sol na Cabeça de Geovani Martins – curtos contos que capturam a vida nas favelas.
Tem também muita literatura juvenil que vale para adultos. A série O Menino do Pijama Listrado ganhou versão brasileira que discute identidade e preconceito de forma acessível. E não ignore os romances gráficos: O Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus virou graphic novel e chega a quem prefere imagens ao texto longo.
Quer começar sem saber por onde virar? Escolha um tema que te interessa – futebol, música, política – e procure o autor que escreve sobre isso. Se for futebol, tenta a crônica de Nelson Rodrigues. Se curte música, vale o livro de Caetano Veloso sobre o Tropicalismo. O ponto é manter a leitura ligada ao que você vive.
Outra dica: participe de clubes de leitura online. Grupos no Telegram ou no Discord discutem novidades em tempo real, trocam ideias e evitam o medo de ler sozinho. Você pode achar gente que recomenda um título incrível que ainda não chegou às listas de best‑seller.
Não se esqueça dos audiolivros. Muitos clássicos já têm versão em áudio, o que ajuda a encaixar a leitura no trajeto do trabalho ou na caminhada. Além de economizar tempo, ouvir a voz de um narrador experiente faz a história ganhar ainda mais vida.
Se a sua meta é entender melhor a cultura brasileira, misture clássico e contemporâneo. Ler o mesmo autor em épocas diferentes – por exemplo, comparar o romance de Camilo Castelo Branco com o de Chico Buarque – mostra como o país evoluiu e ainda carrega velhos hábitos.
Por fim, lembre‑se que literatura não tem teste de aprovação. O que importa é sentir alguma coisa: rir, chorar, pensar. Quando isso acontece, sua conexão com a literatura brasileira fica mais forte e você acaba trazendo novas histórias para a sua vida.
Antonio Cicero, renomado escritor e poeta brasileiro, faleceu aos 79 anos na Suíça devido ao suicídio assistido, motivado por sua luta contra o Alzheimer. Ele era membro da Academia Brasileira de Letras desde 2017 e sua obra inclui poesias e ensaios admirados e musicados por artistas renomados. Personalidades culturais, como Caetano Veloso e Marina Lima, prestaram homenagens, destacando sua inteligência e contribuição à cultura brasileira.